segunda-feira, outubro 17

Capital

Uma amiga me disse que este é um dos melhores momentos que eu estou vivendo. Eu tenho a minha independência, ou seja, faço o que eu quero a hora que eu quero, estou a fazer o curso que eu escolhi, moro na capital federal, o que não é ser a última bolacha do pacote, mas sou de uma parcela mínima que por enquanto não precisa sobreviver nessa cidade trabalhando e estudando, para não ver os sonhos perdidos e ter que voltar atrás.
E por que nesses últimos dias tem sido tão difícil? Por onde anda a sua facilidade com a solidão? Não a solidão de ser só no mundo, porque já tive provas que não sou assim, mas a solidão de não conseguir ficar só durante um final de semana, a solidão de sentir-se só durante a tarde de ócio desses primeiros semestres.
Eu realmente não entendo, e gostaria de agradecer a todos aqueles que tentaram me ajudar a entender quando eu cheguei debulhando em lágrimas, soluçando e gaguejando sem saber explicar o que estava sentindo. Todos esses que eu encontrei, já estão aqui a mais tempo do que eu. Já passaram por isso e por mais um monte de coisas, que com certeza um dia eu irei passar e sentir. Todos eles estão bem. Felizes e sorridentes, alguns não querendo estar em Brasília, mas se conformando, afinal o curso é bom, ou não é tão longe de casa, ou a gente pode tentar fazer ficar legal, por isso arranje uma namorada (ok, brincadeira. Não é assim também). Outros amam Brasília, se adaptaram a esse estilo de vida singular que a cidade oferece e curtem numa boa, esquecendo esses detalhes, que depois de tanto tempo não fazem mais tanta diferença.
E voltando ao conselho inicial, que uma amiga de outra capital havia me dito e todos esses que são citados aqui nas entrelinhas, sim, este é um dos melhores momentos que se pode viver, afinal eu to tentando ser gente grande, curtir o meu futuro-eu profissional e encontrar um espaço que me caiba entre futuras amizades e companheiros.
Sim, faltam muitos ajustes a serem feitos, mas por enquanto eu to abstraindo, para não me perder. 

domingo, agosto 28

Teorias


      Eu tenho a impressão que ficam os dois, um em cada ponto da cidade, imaginando coisas. Aqui nessa avenida movimentada e caótica e aí nessa serenidade. Posso estar enganada também, afinal, quem me garante que você não fechou a cortina e pôs-se a dormir no breu eminente que se transforma mesmo com o sol a pino? E talvez o problema seja comigo que penso demais nos assuntos e me torno ansiosa – consequentemente chata talvez, mas isso é detalhe. Enfim, não sei dizer, porque ainda não me conheço ao certo e sobre você formulo teorias. Mas uma coisa é certa, gosto da sua sinceridade.

sábado, julho 9

Recesso

Os valores daqui me prendem muito quando volto. Ou talvez aqui seja a realidade, que fala diretamente para você, e lá um mundo que se constrói na ilusão para que seja perfeito. Mas e quando eu sei que dificuldades lá também existem, pois passei, passo e passarei por elas? Será que isso não é enxergar a realidade?
Eu preciso ser mais ágil, ter atitude e foco nos meus objetivos. Parar de sonhar com coisas mirabolantes, ou só pensar naquilo (porque o mundo não é feito só disso). A questão não é me organizar, sim agir! Deixar os cochilos do meio da tarde e a preguiça para me dedicar mais, porque é fato que se eu não fizer alguma coisa, outro vem e faz. Daí...
Voltar para casa significa matar a saudade da comida, da cama, dos velhos amigos e de ser informado sobre o que você realmente é. Sempre haverá aquele momento em que vão dizer o que passou alguns meses tentando não ver (de forma menos branda, as suas não qualidades). E é perceptível que tais atos não são implicâncias, mas preocupações do mais profundo amor, pois o objetivo é alertar, evitar o erro, fracasso ou decepção.
Eis que em breve eu voltarei para o que agora é minha casa e o questionamento aqui dentro fica a tilintar: o que fará para mudar?

segunda-feira, junho 13

Incerto

Não é que eu tenha perdido as palavras, ou o sentido delas; apenas não encontro a melhor forma de transcrever o que anda acontecendo. Sinto que transformei você em um diário, companheiro das aventuras acontecentes que os olhos acompanham, sem a malícia que esse lugar exige. Procurava um espaço para despejar a minha crescente criatividade, que sentia fervilhar, mas me parece que os objetivos mudaram, desculpe.
            Eu pretendo recuperar meus narradores, silhuetas envolventes e outras histórias a deriva. Preciso apenas de tempo para organizar as ideias.

segunda-feira, maio 16

Confissões

Hoje eu procuro por alguém que coloque a minha vida em ordem, porque sozinha - by myself - não é possível!

     Esse é um dos momentos que se percebe que ter a liberdade não é tudo. Parece conversa batida, assunto para outra noite, não segunda feira; no entanto, não existe o momento certo para falar sobre essas coisas, que simplesmente, em um belo fim de tarde acontecem, bate o desespero e você não sabe o que fazer com ele.
     Naquele momento do dia em que não é dia, nem é noite, você se pergunta como fazer tudo voltar ao lugar.
     É certo que o processo de aprendizagem de viver sozinha está apenas começando, pois você chega em casa para o almoço e não tem nada pronto, quando nos tempos de ensino médio, e você precisa comer, ou seja, “aprenda a cozinhar em cinco minutos, para não sentir fome” – não ficará gostoso, como a comida de casa, mas isso é para os fracos!
     Agora a cidade é grande e você não precisa só das pernas, mas do transporte público – que resolve criar os próprios horários – tem que acostumar com os horários que não são de cinco minutos e “chega-se lá!” mas de algumas horas de antecedência para cumprir tudo evitando atrasos. A cidade é perigosa, por isso, não ande na rua sozinha após certo horário, pois é perigoso, tenha sempre um guarda-costas, ou carona disponível, ou dinheiro para o táxi.
     As responsabilidades são totalmente suas, mantenha os estudos em dia, não se perca com a sessão da tarde, ou o sono dos justos após o terrível almoço, você precisa de dinheiro sobrando para pagar as contas de luz, condomínio, comida, ônibus e um pouco de diversão para não se perder contando quantos buracos existem na tela de proteção da sua janela. Mas cuidado meu bem, pois a cidade é cara, você é menor de idade e não tem licença para tentar conquistá-la com toda a sua ingenuidade.
     Contudo, é muito bom saber que não estou nessa sozinha. Zilhões de adolescentes passam por isso e gostam, assim como tenho gostado, porque não estou com vontade de voltar a viver com quem cuidava de mim, apesar da saudade, só quero aprender a me organizar. E aqui, ao meu lado, três pequenas grandes moças (não resisti!) dividem comigo as tarefas domésticas, as compras da semana, os finais de semana ociosos e os papos furados na cozinha e quartos, com belas risadas, desesperos universitários ou comentários banais desse dia-a-dia cansativo.
     E no meio disso tudo, coisas que não estavam nos seus planos de uma vida selvagem, desregrada, de descobertas e quase corrompida pela insanidade, acontecem. O que fazer com elas? Nada querida, apenas vá! Siga o que Dindinha disse a você: “Vá ser feliz!” – Sábias palavras, proferidas com tanto amor e alguma lágrima no canto dos olhos.

sábado, abril 30

Rótulo

 
     Falta-me coragem para dizer certas coisas. Mas e daí? Guarde a insegurança em uma caixinha, lixe suas unhas e comece a falar. Não é assim que as coisas funcionam, mas certas horas um empurrãozinho faz bem, ou atitudes mais drásticas. Para ajudar existem milhares de frases de efeito de pessoas famosas, ou dicas em sites e blogs para mulheres que compartilham dos mesmos pepinos, além de livros que deviam estar na bolsa sempre que uma dúvida surgir, para correr ao banheiro mais próximo e consultá-lo; pequenos guias.
     Nota mental: você não está ajudando em nada com comentários estapafúrdios.
     Vou tentar explicar, espero que se algum dia venha aqui, não entenda isso como indireta, apenas como o que eu não consegui explicar da primeira vez.
     Sonhos de meninas são alimentados por contos de fadas da Disney, com seus príncipes encantados, todo o amor e o cavalo branco, claro. Então a gente cresce, continua lendo romances, mas começa a acreditar que o príncipe encantado ou mesmo o tal vampiro no volvo prata não existem, simples assim. Mas, ainda há coisas que muitas guardam dentro de si porque querem viver e compartilhar com alguém.
     Pode ser considerado rótulo, afinal tem que apresentar para família e para as amigas, mas aqui dentro o significado é outro. O tal pedido é visto como o interesse de compartilhar um compromisso, que há reciprocidade no gostar, na vontade de se entregar e viver coisas novas. É sentir-se levada a sério, como parte importante da sua vida. O companheirismo continua e o gostar também, mas existe uma segurança implícita, que só meninas entendem.
     E tudo acaba levando ao sexo, porque passa a ser natural toda a intimidade. Isso não quer dizer que a partir do pedido as portas do céu vão se abrir, não! Quer dizer que a probabilidade de algo acontecer de forma natural e sem as neuras femininas são muito maiores, pois traz confiança.

terça-feira, abril 26

Pouca criatividade

A imagem combina com meu estado de espírito: bizarro!

     É aquela coisa, ninguém disse que seria fácil! Todo mundo avisou, aconselhou e voltou a dizer: é muito bom, emocionante, nenhum dia é como o outro, mas não é fácil! E enquanto eu tento me adaptar a essa rotina, só pra descobrir se estou no caminho certo, outras coisas viram bagunça, porque não dá pra ser normal, né!? É preciso pensar em tudo de uma vez e parar pra respirar quando você lembrar que é necessário, porque corre sério risco de ter alguma complicação.

terça-feira, abril 12

Leve

     Às vezes eu me alterno entre narrador e personagem, as coisas vão acontecendo, se repetindo em outros lugares e talvez seja esse o grande barato da vida - assim como, gírias idosas. Ultimamente tenho estado leve, minhas amigas, mesmo distantes, são motivos para risadas gostosas, minhas vizinhas, agora são minhas companheiras. Dessa forma, segue-se no embalo das coisas sem muitas preocupações, além da semana de prova.
     Lembro-me de quando queria estar no fogo, não no sentindo literal, mas no calor das emoções, desejando que tudo acontecesse de forma intensa, mas sem a mínima noção dos fatos. Tinha a impressão de que o mundo acabaria e eu não viveria tudo aquilo que era por direito viver!
     Coisinhas tolas, sem importância, diante de um enorme mundo que vai além de altos amassos por aí... Talvez seja inevitável passar por isso, talvez todas as meninas passem por isso, talvez eu não saiba do que estou falando, apenas sei que é isso que se passa aqui dentro para ser colocado para fora.
     Preciso deixar claro que gosto de viver coisas intensas, mas neste momento, quero deixar a hora certa chegar, com a cabeça certa e não apenas ficar esperando aquele toque quente que traz arrepios como solução de todos os problemas. A intensidade está no dia-a-dia, nas pequenas coisas que nos acontecem e trazem pequenos flashes de felicidade ou mesmo coisas que não são tão legais assim, porque nos ensinam a mudar o que não está certo.
     Continuo crescendo, lendo postagens antigas, rindo das doces ilusões e me contradizendo em alguns pontos que não me achei. Mas o fato é que quero continuar nesse estado leve e me lembrar dessa sensação quando as coisas apertarem.

sexta-feira, abril 1

Voltando ao Normal

     O que você quer escrever hoje?

     Boa pergunta! Nem eu sei... Estou com vontade de sentir os dedos batendo no teclado, enquanto tudo adormece e eu guardo meu sono para o dia seguinte. 
     Manias esquisitas!
     Ah, você pode ter certeza que não sou a única a fazer esse tipo de coisa! Na verdade sou bastante normal. Estou acostumada com coisinhas dentro dos padrões e a sensação de fugir um pouco das regras de forma inocente me empolga igual criança quando ganha sorvete.
     Onde está todo aquele furor de sessenta dias?
     Continua aqui, empolgado como sempre, mas acostumando com o que está virando rotina. A percepção de que “se tudo passa talvez você passe por aqui e me faça esquecer tudo que eu vi” não existe como nos meus planos, ou seja, concentre-se! O espetáculo já começou e eu preciso mostrar todo o meu talento para a plateia.
     Boa menina! Você dá voltas e mais voltas, mas para quase sempre no mesmo lugar.
     Há tanta coisa pela frente... Por favor, não faça como eu ao julgar precipitadamente todas as novidades!

segunda-feira, março 28

Querer

“O que eu quero tem sabor sortido, é tudo e nada ao mesmo tempo. São coisas subjetivas, jogadas ao vento e que traçam meus planos para um futuro que nem sei se estarei.”

     Ainda me pergunto, por que dessa mania de falar de algo que ainda não existe? Por que – com acento ou não, sempre me perco – sonhar durante todo o verão com o outono e o inverno, ou no inverno planejar os momentos primaveris? Por que ter esse lado imaginativo, que me deixa confusa, me faz pensar nas mil e uma probabilidades de algo acontecer e no fim continuar na estaca zero, por medo de agir? Por que ser tão idealista? Por que ser tão ingênua e boazinha, acreditando nas palavras que me dizem?
     Ah garota, quantas perguntas! As respostas você só vai encontrar com o tempo, porque agora, o momento é de dúvidas e transformações. Parece conversa com o horóscopo, mas no final das contas é sempre a mesma fórmula, que leva a diferentes resultados. Após deixar as coisas acontecerem é que você saberá o quanto tudo mudou e as escolhas certas fizeram parte do seu crescimento.
     Eu sei... Não tenho medo de envelhecer, quero sim chegar a certa idade que terei minhas verdades quase incontestáveis, que só serão mudadas após sérias comprovações do contrário. No entanto, hoje e agora, quero tudo ao mesmo tempo! Abraçar o mundo e me perder lá dentro. E não me olhe assim! Você sabe que isso tudo é resultado desses hormônios saltitantes que acompanham essa metamorfose.
     Saiba pequena, que quando você encontrar o que quer, vai transformar o seu mundo em passarelas de concreto para alcançar esse desejo. No mais, agora, eu diga a você para aproveitar todas estas dúvidas, porque são momentos que testam a nossa capacidade de ir além de nós mesmo para nos encontrarmos. Porém, se algo der errado, tenha paciência, porque nada é perfeito!

quarta-feira, março 9

Créditos

     Nando Reis cantou no meu media player show particular que “é bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer”. Faz um ano que esse blog existe e preciso dar os créditos a várias pessoas que estiveram como assistentes de palco para não deixar o texto cair.
     A ideia inicial era declamar todas as minhas emoções às minhas paixões platônicas – sempre fui muito fã delas - ou não... Com o passar do tempo passei a soltar os meus bichos, que são tão animalescos quanto de qualquer vivente. E o blog foi por muitos textos o meu confessionário disfarçado para aqueles que não sabem, ou altamente reveladores para aqueles que conhecem as entrelinhas destas sardas.
     Enfim, devo um muito obrigada a todos aqueles que comentaram, ou vieram falar comigo com críticas positivas e negativas, às muitas noites que passei rascunhando cadernos velhos, a lua que me inspira de forma soberana da janela do meu antigo quarto e claro um salve para as minhas emoções que não deixam ser transpassadas em gotas, mas sim, em palavras.
     Vou continuar daqui, da capital, como universitária, republicana na tentativa de organizar minha independência e aspirante neste quarto de parede azul escura cantando fiel a Nando e seus companheiros de cela com minha escova de cabelos.

terça-feira, março 1

Fumaça

     Eu sinto medo. Vejo-me sentada no fim dessas escadas, o maço de cigarros que me acompanha sempre, com esse sebo impregnado nos cabelos e no corpo, que não saem de mim, porque passei a gostar dessa fragrância que parece me tornar segura.
     Isso tudo não é ilusão, me apeguei ao fracasso, às perspectivas negativas que fiz sobre mim logo quando cheguei aqui, há quatro anos. Foi aos poucos que deixei tudo isso entrar acreditando ser brincadeira e que tinha o absoluto controle quando quisesse acabar.
     A verdade é que hoje eu estou aqui, na zona literal e figurada, me esvaindo como a fumaça que sai da minha boca, porque aquilo que um dia sonhei colorido virou cinzas.
     Como eu quero sair daqui! Acordar desse pesadelo, crer que vou acordar e encontrar o sol entrando pela janela, para me brindar com a manhã de uma juventude que precisa ser vivida.

domingo, fevereiro 27

Portal

Abrem-se as janelas neste momento, pra deixar sol, chuva e vento entrarem, na tentativa de pegar um bronzeado, tomar o banho semanal ou sentir a brisa que brinca com os cabelos e a preguiça também. Além disso, abrem-se as portas pra deixar entrar uma companhia de quatro paredes com seu coração quebrado, ou várias mentes férteis que começam a explorar o infinito labirinto. É nele que meu ônibus faz a parada para me deixar entrar, mas antes o motorista pergunta: “É aqui mesmo moça?” “É sim, obrigada!”. A partir daqui eu sigo sozinha.

sábado, fevereiro 12

Partida

Eu estou indo! Quando eu souber aonde vou chegar talvez eu diga a mim mesma quando eu descobrir. Por enquanto, eu sou memórias, saudades e expectativas!

segunda-feira, janeiro 31

Engavetado

     Ainda me pergunto quando vamos ter esta conversa, que a cada dia parece estar distante. Eu sei que você guarda o espremedor de laranjas com a tampa virada para baixo, pois tem o encaixe perfeito e economiza espaço no armário, aprendi métodos de organização arrumando os talheres na gaveta e sei também que você passa creme hidratante no corpo após o banho, porque a sua pele é muito seca.

     São alguns detalhes de pequenas lembranças de um passado que só agora consigo entender. É perceptível a tristeza no fundo dos seus olhos e a mágoa que está guardada de algo que não te pertencia, e me pergunto se hoje pertence. No entanto, eu vejo a real felicidade no seu sorriso quando você está junto dos seus, pois te faz bem e os tormentos da vida no norte se fazem pequenos.

     Perceber tudo isso, me traz tristeza, porque explica muitos fatos passados, que deixaram marcas físicas e emocionais, e hoje vejo que não nascemos para fazer parte de um dueto ao som do piano, mas quero que saiba, se um dia chegar a ler isso daqui, que meus sentimentos são bons...

segunda-feira, janeiro 3

Esperança

     - Quais são as suas vontades agora?
     - Eu quero voltar a sentar na sacada durante o entardecer, para colocar a leitura em dia e conversar banalidades com você.
     - Esse tipo de programa é muito calmo! Você é jovem, precisa viver, sair, aproveitar essas pernas do lado de fora de casa!
     - Eu gosto desses programas, eles não me incomodam. Mas também gosto de sair, para conversar com os amigos, curtir uma música bacana. Agora, dançar... Prefiro estar acompanhada, para que meu parceiro me leve.
     - Acho que você escolhe demais, por isso fica ai, parecendo que está se lamentando.
     - Não estou me lamentando, apenas tenho esperança de encontrar alguém legal.
     - E como é príncipe encantado?
     - Detesto esse tipo de conversa, podemos pular essa parte?
     - Ok... Então, me diga quais são suas esperanças?
     - Espero continuar certa das minhas escolhas, para aproveitar tudo o que vier pela frente. Espero sorrir bastante e fazer outras pessoas sorrirem. Espero tomar banho de chuva com vontade, sem sentir raiva do tempo por molhar os meus sapatos e cadernos. Espero conhecer outros gostos. Espero decidir a minha tatuagem. Espero aprender a me maquiar e espero mais ainda, compreender.
     - O quê?
     - Muita coisa que hoje eu não aceito ou entendo.
     - Será que isso dá certo?
     - Espero que sim!