segunda-feira, março 8

Verdades

O sono não vinha. Os acontecimentos daquela tarde se repetiam em sua mente, sem o benefício da pausa. Ela tinha escolhas a fazer, caminhos a seguir e encontrava-se perdida. Aquelas frases continuavam a ecoar sem fim, “você precisa se decidir... terá que contar com alguém que possa te ajudar... ele não irá tomar iniciativa, até que você faça alguma coisa... você tem pouco tempo”. Ela fechava os olhos com força, mas nada removia aquilo da sua cabeça. Então, voltava a contemplar o teto escuro e silencioso.
A verdade é que ela não queria admitir que ele não houvesse mudado, mesmo depois desses anos que ela teve que tomar medidas graves e de sérias consequências. Que até hoje mantêm quase palpável as cicatrizes emocionais. Ter que aceitar que velhos hábitos nunca mudam, a deixam aflita, pois ver os defeitos dele torna os seus nítidos também, saber que na decisão de pequenas coisas ela vê partes dele.
Ela teme o próprio medo, um dia lhe disseram. Não quis acreditar, soltou um riso sarcástico e mudou o tom da conversa. Mas agora, naquele instante não havia para quem representar, mostrar-se auto suficiente, confiante, dona de uma opinião inabalável e uma inteligência que há muitos surpreendia. As lágrimas brotaram em seus olhos, mas não de pena ou dor, sentia-se anestesiada, apenas tomava consciência, talvez, do que ela se fazia passar para não se mostrar.
Porém o momento de auto punição acabara. Enxugou as lágrimas com as mãos e decidiu que tinha coisas a fazer. Mas antes que pudesse tomar nota de qualquer ideia, o sono chegou, para deixá-la escapar mais uma vez da escolha de seus caminhos.

4 comentários:

  1. eba q doia vai me contar outra historias igual aquela... beijãoo =D

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  2. Massaaaaaaaa... pq será que minha imaginação insiste em voar ao ler o que está escrito aqui.
    A semelhança com meus sentimentos é mera coincidência. Pelo menos eu acho!
    Bjus mocinha!

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